Fim de semana em Campos do Jordão

Morando há 5 anos em São Paulo, essa foi a segunda vez que passei um fim de semana em Campos do Jordão. E foi a segunda vez que eu me arrependi. E agora eu vou explicar porque, com algumas dicas sobre que fazer, onde comer, onde ficar e o que esperar da cidade mais turística da Serra da Mantiqueira. Ah, as dicas também valem pra quem vai fazer um bate e volta pra Campos do Jordão.

• Veja também: onde ficar em Campos do Jordão (perto de restaurantes e nos melhores hotéis)

Mas antes que alguém questione minhas percepções sobre Campos do Jordão, preciso avisar que não sou um ecoturista. Numa viagem rápida assim, o foco não é me embrenhar no mato em trilhas, mountain bike ou coisas do tipo. Por isso minhas opiniões estão centradas na gastronomia e nas atividades urbanas e nos pontos turísticos mais acessíveis de Campos do Jordão.

Então porque eu não gostei do fim de semana em Campos do Jordão?

Vou falar sobre isso de acordo com os passeios, lojas e restaurantes que conheci na cidade, além de dar uma primeira dica de hotel, caso sua viagem não seja apenas um bate e volta. E, por mais que de maneira geral a viagem não tenha sido uma perfeição, tem o que se aproveitar na cidade. Vai vendo!

Na estrada de São Paulo para Campos do Jordão

transito campos do jordao

Nas duas vezes, a viagem de ida foi excelente. Da primeira vez fui de ônibus, saindo do Terminal Tietê no sábado de manhã. Depois de uma viagem com aproximadamente 3h30 de duração, já estava na rodoviária de Campos do Jordão, onde peguei um táxi até o hotel Guida Residenza, no Centro do Capivari. Vou falar mais sobre o hotel no post onde ficar em Campos do Jordão, que já está no forno.

Da segunda vez fui de carro. Estrada cheia, principalmente na Via Dutra, mas com o trânsito fluído, cheguei em menos de 3 horas a Campos do Jordão.

Preços absurdos em alta temporada

Os preços altos em já esperava. São Paulo é a cidade mais cara do Brasil (só fica atrás do Rio em alguns aspectos) e tudo aqui em volta é supervalorizado. Na primeira vez que passei um fim de semana em Campos do Jordão, fui no verão e já achei a cidade cara. Dessa segunda vez, não reparei que “planejei” a viajei simplesmente para o último final de semana de julho. Ou seja, auge do inverno, das férias escolares e, consequentemente, da temporada em Campos do Jordão.

E o preço alto de TUDO só me faz ficar ainda mais desapontado com a qualidade das coisas. Afinal, quando se está pagando caro por algo, o mínimo que se espera é sabor, conforto e essas coisas atreladas à qualidade. Mas não foi isso que encontrei na cidade.

Os restaurantes de Campos do Jordão

Como falei no início, essa foi a segunda vez que passei um fim de semana em Campos do Jordão. E foi a segunda vez que nenhuma comida me agradou de verdade. E olha que eu segui as principais dicas de amigos, do foursquare, do Google Maps e da Veja São Paulo.

Pra mim, os restaurantes de Campos do Jordão são uma decepção atrás da outra. Isso porque é uma cidade serrana, o que, geralmente, significa comida boa, farta e sempre quente, pra dar aquele aconchego no estômago. Mas, nas duas viagens, só encontrei o oposto disso.

Pra quem conhece Gramado, a decepção é ainda maior. Porque na Serra Gaúcha é assim: restaurantes baratos, comida farta e deliciosa. E em Campos do Jordão é exatamente o oposto disso.

O tal do Baden Baden

baden baden campos do jordao

Cheguei em Campos do Jordão faminto, guardando o apetite pra me esbaldar no famoso restaurantes e choperia Baden Baden. Estava lotado. Esperei quase uma hora por uma mesa. Pedi alguns pratos típicos (e caríssimos) alemães: salsichas de vários tipos, chucrute e um eisbein, o tradicional joelho de porco à moda alemã.

Depois de quase uma hora de espera, chegam as salsichas frias, o joelho oleoso e o chucrute gelado. Reclamei com o garçom e ele simplesmente disse que aquele era o padrão alemão. Bom, já estive em Berlim e não experimentei nada ruim como aquilo. Claro que não falei isso pra ele. Apenas pedi mostarda pra tentar salvar os pratos. Eis que o garçom me leva um sachê hellmann’s ou arisco da pior qualidade. Cadê a mostarda forte e caseira como nos restaurantes da Alemanha? Pois, nesse caríssimo restaurante alemão de Campos do Jordão é tudo muito meia boca.

Comer lá é pelo menos 3 vezes mais caro do que comer em Berlim, além da qualidade inferior.

E a cerveja Baden Baden? Essa eu já conhecia, mas claro que eu pedi, seria a única coisa que poderia salvar aquele almoço. Sabor honesto, não tem como errar num produto industrial né… Por isso eles erram feio no preço. Uma Baden Baden no restaurante da própria marca é mais caro do que nos restaurantes e supermercados de São Paulo. Vá entender!

Fraulain Bierhaus, um outro restaurante alemão

restaurante alemao campos do jordao

Depois de quase um ano dessa experiência chata no Baden Baden, resolvi tentar outro restaurante alemão nesse segundo fim de semana em Campos do Jordão. Andando pela praça do Capivari, nada tinha um aspecto legal. Consultando as dicas de restaurantes do Google, o mais bem avaliado da região era o Fraulein Bierhaus.

Lugar simpático, com umas três mesas na porta, gente bebendo cerveja e um salão interno espaçoso e escuro, que até me lembrou alguns lugares da Alemanha.

Pedi a entrada de R$ 20. Pães quentinhos em boa quantidade, manteiga e geleias. Ponto positivo. Pedi então a “Frausicha Mix”, uma porção com vários tipos de salsicha cozidas. Nada sensacional, mas honesto na quantidade e nos dois molhos caseiros que acompanhavam. Os garçons são meio perdidos, mas como estava vazio, o atendimento funcionou. E até me ofereceram uma dose de cachaça grátis na saída.

Resumindo, atendimento, comida e preço melhores do que no Baden Baden. Ainda está longe de ser um restaurante alemão legítimo, com a qualidade que se encontra na própria Alemanha, mas, entre ele o Baden Baden, passe longe do mais famoso.

Pastel do Maluf

pastel maluf campos do jordao

Apesar da foto do notório fugitivo internacional bem na fachada, o Pastel do Maluf é uma boa pedida no meio do agito de Campos do Jordão. E é tão divulgada na estrada quanto o Trevo de Bertioga na descida pra praia.

Vi duas lanchonetes, uma em frente a outra. Sempre lotadas, mas reparei na cara feliz dos comensais e resolvi experimentar. Preço razoável e bem servido, como dá pra ver na foto. Sem dúvidas uma boa alternativa pra matar a fome sem ter que vender o próprio rim.

Os fondues de Campos do Jordão

Nada contra. Comi em dois restaurantes da Avenida Macedo Soares e gostei. Tirando o preço, claro, que mais uma vez me fez lembrar de Gramado, onde se come igual por um valor três vezes menor. Na alta temporada de Campos do Jordão, o fondue está custando mais de R$ 100 por pessoa. Preço de um bom rodízio de carne nos melhores bairros de São Paulo.

As casas de chocolate

Quando passei meu primeiro fim de semana em Campos do Jordão, na baixa temporada, o quilo do chocolate variava de R$ 70 a R$ 90. Dessa vez, no auge da alta temporada, não encontrei nada por menos de ridículos R$ 140 o quilo. Parece cartel. E eles não são nada de mais. Nesse ponto preciso comparar com Gramado novamente, onde os chocolates são mais gostosos e mais baratos.

E o que mais combina com frio? Pelo menos pra mim, é chocolate quente. E foi aí que Campos do Jordão me decepcionou de novo. Andando por toda a região do Capivari, não encontrei nenhum lugar decente pra sentar e tomar um chocolate quente. Exceto uma grande loja da Kopenhagen. Mas, se fosse é pra ir na Kopenhagen, posso ir no shopping do lado de casa.

As casinhas de fachada serrana são mesmo só fachada. As lojas e restaurantes parecem parados no tempo. Muitas espeluncas cobram preços absurdos. Restaurantes de quilo adaptados que tentam parecer cafés. Lojas de chocolate que só têm café expresso de máquina Dolce Gusto caseira. E o pior: tudo lotado. O único chocolate quente que tive coragem de experimentar, custou R$ 10 um copo pequeno e tinha gosto de toddy com farinha.

Pontos turísticos

capivari campos do jordao

Como falei no início, meu foco nesse fim de semana em Campos do Jordão foi comer e passear um pouco por Capivari. Missão cumprida. Gostei das casinhas com fachadas coloniais de inspiração alemã e suíça. São elas que dão o charme da cidade e ajudam a fazer uma fotos legais. Ponto positivo.

Como todo turista bobo, resolvi pegar o teleférico até o Morro do Elefante. Legal, apesar do medo de ir morro acima, ˜confiando˜ na manutenção do teleférico.

A vista do alto do morro compensou a subida, principalmente porque já estava perto do por do sol, que brilhava nos telhados coloniais de Campos do Jordão. Lá em cima, mais lojas de malhas e chocolate, além de um suposto índio que alugava seu cocar norte americano para fotos. Pra descer, mais frio na barriga.

teleferico elefante campos do jordao

Não tive tempo de pegar o tal bondinho de Campos do Jordão, que pelas fotos parece ser um passeio legal. E evitei dar atenção aos vendedores de passeio de trenzinho, que assediam os turistas na base do Morro do Elefante. A situação ali é complicada, parece que tem mais vendedor chato do que turista bobo.

Romero Britização de Campos do Jordão

romero britto campos do jordao

Não queria entrar nesse mérito da arte, ou da suposta arte. Entendo quem gosta de Romero Britto e diz que ele é o artista brasileiro de maior sucesso contemporâneo no mundo. Entendo também quem diz que o que ele (e estampa até isqueiro) faz não é arte. O fato é que ele tomou conta de Campos do Jordão. Se não bastasse ter uma galeria oficial do Romero Britto, parece que a cidade incorporou o estilo.

Dos carrinhos da sorvete aos guarda-sóis dos restaurante, a Romero Britização tá, digamos, um pouco over em Campos do Jordão. Vamos lembrar que menos é mais, beleza?

Na estrada de Campos do Jordão para São Paulo

Da primeira vez, de ônibus e em baixa temporada, embarquei por volta de 17h na rodoviária de Campos do Jordão. A viagem quase todo foi tranquila, mas já chegando em São Paulo, um engarrafamento na Marginal Tietê atrasou a chegada em mais de uma hora.

Na segundo fim de semana em Campos do Jordão, de carro e em alta temporada, toda a tranquilidade da viagem de ida foi recompensado por um engarrafamento monstruoso logo após um mirante da estrada. A descida da serra, que em dias normais leva cerca de 50 minutos até o trevo de Taubaté, levou quase 3 horas. O que fez a viagem toda de Campos do Jordão até São Paulo demorar 5 horas.

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5 Comentários

  1. Fiquei impressionada com teu site! Adorei tua linguagem e após esse post negativo de Campos do Jordão tiro o chapéu pra ti! Eu tinha essa impressão da cidade e só comprovou, nunc atinha visto relato tão sincero! Parabéns credibilidade total pra ti!

    1. Se eu tivesse lido esse post antes , não teria vindo para cá. Tb não gostei, não achei nada interessante aqui. Gastei 4 dias de hotel, passagem do Rio de Janeiro para campos do Jordão, eu e meu filho e estou super arrependida, contando os dias para ir embora.

  2. Esperando mais Buenas Dicas de Campos do Jordão. Principalmente sobre hotéis e lugares pra ficar. =D