Casa Mathilde: um doce dia em São Paulo

Até hoje eu não gostava de doces portugueses. E até hoje eu não conhecia a Casa Mathilde, um templo de quitutes da terrinha em pleno centro velho de São Paulo. Aliás, exatamente no meio do centro, entre lugares como CCBB e Banespão…

Entrei com um pé atrás. Na verdade, quase não entrei. Mas bastou uma mordida no pastelzinho de Belém pro meu preconceito ir pelo ralo. Ou melhor, no pastelzinho de nata, pois dizem que de belém, só lá em Belém mesmo, ora pois.

Sério, eu tinha um preconceito terrível com doces portugueses. Preconceito não, preguiça até de provar. Isso porque todos que eu tinha comido até hoje eram secos, sem graça e massudos. Alguém aí disse pastel de belém do Habbib’s!? Hahaha.

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Voltando à Casa Mathilde, acredito que tudo que já foi inventado de doce em Portugal é vendido por lá. Provei também um Pastel São Bento, que apesar de não ser cremoso como o de Nata, é até gostosinho. Mas essa foi apenas uma escolha, no escuro, entre dezenas de outros doces organizados na vitrine.

casa mathilde sao paulo

Tinha Queijada da Mathilde, Suspiro, Torta de Azeitão e Travesseiro de Sintra. E também tinham biscoitos e bolos, como Areia de Cascais e Salame da Mathilde. Vendo todos esses nomes de doces portugueses, só confirmo a teoria de que nossos colonizadores são mesmo criativos na hora de batizar as comidas.

Olha o que eu comi

prato casa mathilde

Lado a lado, o Pastel de Nata e o Pastel São Bento. Aliás, que ironia, comer um Pastel São Bento na Rua São Bento. Assim vou ter que rimar, porque eu não aguento.

Nesse momento eu ainda não sabia que um ilegítimo pastelzinho de belém pudesse ser tão crocante por fora e tão cremoso por dentro. Repare só, parece uma empadinha brilhante, levemente queimada na tampa, só pra dar água na boca.

Agora olha o que eu ainda vou comer

pastel de nata portugues

Não sei você, mas eu dormiria tranquilo com a cara no Travesseiro de Sintra.

Se toucinho já é bom, esse Toucinho do Céu deve fazer flutuar.

IMG_20151012_154022857_HDR Ah, Mathilde sua linda, vem aqui em casa fazer uma queijada dessas pra mim.

fatias doces portugueses Olha de novo os toucinhos, agora em formato de pizza, só pra provocar ainda mais.

fatia dourada Sim, Fatias Douradas, vocês realmente são bem douradinhas.

doces portugueses Não sei quem é você, mas te quero mesmo assim, docinho português.

doces portugueses sao paulo Acho que eu suspiro por vocês.

doces portugal sao bento

Pastel São Bento, você nem estava tão gostoso assim, mas é muito fotogênico.

doce casa mathilde

Quem são vocês? Percebo que são bastante recheados. E essa camada branca, o que é? Hum, doce português, assim eu vou virar freguês.

bom bocado portugues Eu comeria um bom bocado dessa fornada de Bom Bocado.

bolo de arroz fatia dourada Bolo de Arroz e Fatia Dourada. Juntinhos sensualizando na vitrine da Mathilde.

bolacha frisadaPreciso frisar que eu também comeria essas Bolachas Frisadas?

Gostou ou quer mais? Pois acho que isso não é tudo. Com a fome que cheguei, fui direto pra fila e nem vi se existe um cardápio lá na Casa Mathilde. Por isso dei uma conferida agora no site e descobri mais um monte de nomes de doces portugueses. E não só doces, como também pães, salgados, bolos, biscoitos e sanduíches.

Será que a história da Casa Mathilde é verdade?

Enquanto estava lá escolhendo meu doce português, li nas paredes sobre a origem da doceria. Uma história envolvendo o Rei de Portugal, um palácio, um carimbo e a então  Fábrica das Queijadas Mathilde. Tomei a liberdade de copiar do site deles um trecho da história que contam:

“O nome Casa Mathilde está ligado à Fábrica das Queijadas Mathilde fundada em 1850 por Mathilde Soares Ribeiro, em Ranholas, localidade do concelho de Sintra, paragem obrigatória para quem se deslocava à Vila. O próprio rei D. Fernando II, um apaixonado pela Vila onde mandou construir o Palácio da Pena, expoente máximo da arquitectura do século XIX, fazia aqui uma pausa no seu trajecto para Sintra.”

Não me parece ser um storytelling inventado, tipo o da marca de sucos “Do Bem”. Pelo menos a Casa Mathilde mostra até uma prova do que conta, um carimbo oficial do então Rei D. Fernando II, fã real de doces portugueses – Com o perdão do trocadilho, vossa majestade.

Por dentro da Casa Mathilde

Lá no início já coloquei algumas fotos do interior da Casa Mathilde, mas como foto legal é quem nem doce português, não quero desperdiçar. Então olha só como é lá dentro.

clientes casa mathildeAcho que só eu São Paulo não conhecia a Casa Mathilde. Em pleno feriado nacional a casa estava bastante cheia, o que também justifica a presença de turistas. Ou talvez fossem turistas locais, gente que como eu não viajou e preferiu curtir um roteiro pelo centro de São Paulo.

interior casa mathilde sao paulo A Casa Mathilde tem três andares. Um espaço enorme, mas ainda assim cheio de fãs do legítimo doce português.

salao casa mathildeOlha só a Casa Mathilde homenageando São Paulo e Portugal na mesma ilustração.

Com tanto doce português em São Paulo, me sinto tentado a incluir alguma dessas iguarias entre as comidas típicas de São Paulo. Pois se os portugueses levaram todo o nosso ouro, nada mais justo do que nacionalizar a culinária deles. Foi mal, portugas, você vão ter que engolir essa.

Endereço da Casa Mathilde: Praça Antonio Prado, 76

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4 Comentários

    1. Haha. Como assim. Paladares diferentes. Nem elogiei, chamei só de “até gostosinho”, isso em 2015.

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