Lagoa de Tatajuba em Jericoacoara: o melhor é o caminho

Depois de conhecer a Lagoa do Paraíso, resolvi explorar o outro passeio vendido pelas agências de turismo de Jericoacoara, que tem como destino final a praia da Lagoa de Tatajuba. Já adiantado que foi pior do que eu esperava.

Antes de combinar o passeio com o bugueiro, li em vários blogs que conhecer Tatajuba não era essencial, mas não encontrei dicas tão sinceras quanto eu vou dar agora. E foi por isso mesmo que resolvi encarar (e pagar) essa aventura pelo outro lado de Jericoacoara. Entenda o que acontece por lá e decida você mesmo se vale a visita.

• Saiba onde ficar em Jericoacoara

Praia da Tatajuba, Lagoa de Tatajuba ou Lagoa da Torta?

As agência de turismo que conheci e os bugueiros que conversei, chamam o local de Lagoa de Tatajuba.

Vi algumas referências, usando as mesmas fotos, se referindo à lagoa como Praia de Tatajuba.

Li em outros blogs, já depois de voltar de Jericoacoara, que o local se chama Lagoa da Torta. Me parece ser o mais correto, mas vou continuar usando o nome com que os locais me apresentaram o local, que é Lagoa de Tatajuba.

Como chegar na Lagoa de Tatajuba?

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Caminhonete 4×4: em alta temporada, elas saem o tempo todo de Jericoacoara em direção à lagoa, por um preço módico que não me lembro, algo como R$ 30.

Quadriciclo: você pode alugar e se arriscar nessa motinha simpática. Por não manjar muito (nada) de dirigir nas dunas, preferi não me arriscar dessa vez.

Buggy: foi o transporte que eu escolhi, pois já conhecia o motorista e tava afim do conforto de ser pego no hotel. Mas existem outras duas formas de se chegar lá. Preço: R$ 250 o casal, em buggy exclusivo. Ou seja, só a gente no veículo, o que é melhor para decidir onde parar e quanto tempo ficar em cada lugar.

O caminho até Tatajuba é inesquecível

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Como falei no início, a melhor parte do passeio até Tatajuba é a paisagem pelo caminho. Saindo de Jericoacoara, o buggy passou por trás da Duna do Pôr do Sol, percorreu um trecho de praia repleta de kites voando alto,  passou por uma exibição de cavalos-marinhos, atravessou de balsa um braço de mar, passou pelo Mangue Seco e pela cidade coberta de Tatajuba e atolou na areia de uma grande duna.

Bonito, mas já corrompido pela indústria do turismo

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Preferimos não parar para ver os tais cavalos-marinhos. Não entendi se é um projeto ecológico ou uma mera exploração dos bichinhos. Ou se era exploração e está virando preservação, como vi aqui. De qualquer forma, pelas fotos que vi do tal berçário de cavalos-marinhos, com os bichinhos em pequenos vidros, não achei justo ir até lá (e ainda pagar uma balsa extra, algo como 10 reais).

Já na cidade de Tatajuba, o bugueiro falou pra gente parar e conversar com uma anciã que conhece a história da cidade, que ela contaria da cidade coberto e tal. Pedi pra pular. Além de não ter paciência pra ouvir história, saquei que poderia ser uma cilada turística, e que acabaríamos pagando pra ouvir um discursos ensaiado. Impressão minha, beleza? Se você encarou e valeu a pena, comente aqui no post.

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O tal do Mangue Seco é um lugar pitoresco. Mas, acreditem, até lá já chegaram os vendedores de água de coco que certamente têm parceria com os bugueiros. Inclusive tem até wi-fi ali, do ladinho dos caranguejos. O tal do turismo é mesmo brutal.

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Os braços de mar são paradisíacos. Pedi pro bugueiro parar ao lado deles na ida e na volta. Nadei como se não houvesse amanhã. Talvez até estivesse certo, caso algum deles tivesse voado um pouco mais perto do meu pescoço. Águas cristalinas, mornas e tranquilas. Foi a melhor parte do passeio a Tatajuba.

A chegada na praia da Lagoa de Tatajuba

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Depois de um bom tempo no bugue (talvez umas duas horas, contando as paradas), finalmente avistamos a lagoa. Parece um oásis em meio às dunas. Aliás, foi o único lugar que vi bugues e caminhonetes atoladas.

Avistar foi bom, chegar foi uma guerra. Como assim? É que fomos disputados quase a tapa pelos garçons, donos de quiosques e até por uma senhorinha vendedora de cocada.

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Talvez por ser uma segunda-feira, éramos praticamente os únicos turistas na lagoa. Ficamos no meio da polêmica, sendo convidados simultâneamente a ficar em várias barracas.

Pra sair da polêmica, resolvi ficar no quiosque em que o bugueiro estacionou e que provavelmente envolve alguma parceria. E foi um fiasco.

Cilada: esse deveria ser o nome do boteco

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No tal quiosque, pedimos duas caipiroskas e uma isca de peixe. Quando olhei a base deles, na encosta da duna, já me arrependi. Uma birosca da pior qualidade. Não vi fios entrando lá. Como gelariam a bebida? Como mantém o peixe conservado?

Não deu outra. Chegou a pior isca de peixe que comi em Jericoacoara e a pior caipiroska que bebi na vida. Parecia feita de Tang. O preço? O mais caro que paguei em toda a viagem. Algo 40 reais pela isca de peixe e 15 cada caipiroska. Nos melhores restaurantes de Jeri, pra se ter uma ideia, a isca custa 28 reais e caipifruta de 12 a 15 reais.

Resumindo, fui praticamente estorquido na tenda em Tatajuba. Isso que dá confiar nos outros e não pedir cardápio.

E a Lagoa de Tatajuba, como é?

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Mesmo influenciado pela cilada dos quiosques, vou tentar ser o menos injusto com a lagoa. Embora seja impossível equipará-la com a Lagoa do Paraíso.

Além da água ser mais escura, talvez por ter uma areia mais escura na base, a lagoa estava muito rasa. Afinal, minha viagem foi em dezembro, final da estação seca no Ceará. Com isso, andei mais de 200 metros lagoa adentro e a água mal cobriu meu joelho. Mesmo assim, vi alguns praticantes de Kite no local.

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Entrei no mar só pra fotografar o buggy passando pela Duna do Pôr do Sol, a caminho de Tatajuba.

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9 Comentários

  1. Fala Nivaldo! Sabe se podemos andar de carro pelo mesmo caminho dos bugs ou caminhonetes? É que estamos pensando em alugar um carro por lá. Obrigado e parabéns pelo site!

    1. Olá, Paulo. A vila de Jericoacoara fica dentro de um parque nacional, onde só guias autorizados podem entrar de carro. E mesmo se o trânsito fosse livre, muitos caminhos são apenas trilhas e exigem subidas em dunas, o que exige veículo 4×4 e motorista que entende a região. E mesmo eles costumam atolar.

      Se alugar carro, tem que deixar ele num estacionamento em Jijoca (era R$ 20 por dia quando fui).

  2. Olá boa noite! voce pode me passar o contato de onde voce fechou os passeios de Bugg? Estou pesquisando e querem me cobrar de 300 a 350 reais o casal.

    1. Oi Silmara. Fechei os passeios diretamente na agência em Jericoacoara. Fiz esse de Tatajuba e também para a Lagoa do Paraíso pela Jumentur. Recomendo pesquisar preços também na agência online que indiquei no post Reserva de passeios em Jericoacoara, que você pode comprar no cartão de crédito, o que não é sempre aceito lá em Jeri.

  3. Olá, vc fechou os buggs com que empresa? estou esquisando e querem me cobrar 300 reais o casal

  4. Cristina Gomes disse:

    Olá, somos do Paraná e estamos querendo ir para Jericoacoara em Abril, estou adorando as dicas, obrigado!!!!

    1. Oi Cristina. Que bom que as dicas estão ajudando. Jericoacoara é linda. Boa viagem!

  5. Valeu, pois eu pensei me esforçar e ir pra la. Muito obrigada. Tb gostei do seu estilo critico e visão realista desses pontos turísticos, são informações bastante uteis, diferente de todos estes felizes consumistas babando para patrão.