Central em Lima: vale a pena ir ao melhor restaurante do mundo?

Hoje mordi uma cápsula de vitamina ômega-3 e me lembrei da comida do Central, eleito em 2023 como o melhor restaurante do mundo.

Faz duas semanas que almocei no Restaurante Central, em Lima, no Peru, e ainda sinto enjoo quando olho as fotos dos pratos.

Bom, ainda estamos no 3º parágrafo, e você já deve ter percebido que minha “experiência” no Central não foi das melhores.

Recomendo muito que você também faça este tour a Paracas e Huacachina, que é melhor e mais barato do que almoçar no Central. Vale a pena.

Onde fazer a reserva no Restaurante Central

Sim, é preciso reservar. Apesar de uma refeição no Central custar mais de R$ 1.600 por pessoa, na cotação de hoje, o salão do restaurante é disputado. Afinal, ele figura há anos entre os melhores do mundo.

  • Reserve (ou não) pelo site oficial do restaurante: centralrestaurante.com.pe
  • Horários possíveis: segunda a sábado, 12h45 – 13h45 / 19h – 20h30

Minha reserva foi feita com 2 meses de antecedência. Olhando agora a disponibilidade, não há vaga nem para daqui a 4 meses. Mas é possível se cadastrar numa lista de espera, que ainda possui algumas vagas.

Então, se você faz questão de ir ao restaurante, reserve com bastante antecedência.

Cardápio do Restaurante Central

É possível escolher entre 4 opções de menus:

  • Experiência Mundo Mater – 14 pratos / 1.430 soles (R$ 1.890)
  • Experiência Mundo Mater em Desnível – 14 pratos / 1.430 soles (R$ 1.890)
  • Experiência Alturas Mater – 12 pratos / 1.225 soles (R$ 1.620)
  • Experiência Criatividade do Dia – 12 pratos / 1.225 soles (R$ 1.620)

Fomos de Mundo Mater na versão criatividade do dia.

Aliás, uma ressalva importante: as pessoas da mesa precisam escolher o mesmo menu.

Oi? Pois é. Você não pode escolher um Mundo Mater e a outra pessoa um Alturas Mater, por exemplo.

Isso é bizarro. Me lembrou o filme “O Menu”, no qual o chef interpretado por Ralph Fiennes, impõe suas criações e se ofende a cada gesto dos clientes.

Então, é importante chegar a um consenso com as demais pessoas do seu grupo. No meu caso, eu estava na dúvida e meu amigo queria o Mundo Mater Creatividad, então foi fácil.

Pelo menos não fui obrigado a comprar também a harmonização de vinhos, uma sequência de 14 rótulos, por mais 528 soles (R$ 700).

Você já tem um Cartão Wise? Com ele você paga apenas 1,1% de taxa de IOF, bem menos do que os 5,38% dos cartões convencionais. Fiz um comparativo Wise ou C6, que explica bastante sobre o cartão.

A comida do Restaurante Central é boa?

Não. Mas não chega a ser tudo ruim. A maioria dos pratos é aceitável.

O restaurante é maravilhoso. Tem um jardim com plantas locais, as mesas são bem espaçadas e o banheiro é de uma elegância impressionante.

O atendimento também merece elogios. Cada prato foi explicado em detalhes e sempre recebíamos talheres novos e pouco convencionais para provar cada item do menu.

Mas a comida…

Ouriço com baba de Avatar. Se não me engano, esse foi o prato “Costa de Mar Frío”.

Essa foi minha segunda vez num restaurante do tipo “menu”.

Minha expectativa é que eu fosse comer pouco, a ponto de sair com fome, mas que seria uma sequência de comidas deliciosas.

Foi exatamente o contrário.

Eu saí cheio, com o estômago já meio reclamando, e posso dizer que gostei de apenas 2 pratos da sequência de 14. Um deles foi este bolinho:

Quase tudo tem alga e cheiro forte de peixe

Depois de 3 dias em Lima, comendo ceviche todo dia, pensei que o cheiro de peixes e frutos do mar não fosse incomodar.

Mas no Central, o “aroma” de cada prato era forte demais pro meu gosto.

O pior de todos foi o prato Mar Cálido, que combina um peixe das profundezas com vieiras, servido frio. Foi neste momento que eu senti que estava jogando dinheiro fora.

Mas ainda havia esperança.

Depois de mais alguns pratos com algas fedidas, chegou o Conexión Amazonía, com pirarucu e purê de mandioquinha. Gostoso, mas ainda longe do que eu esperava no “melhor restaurante do mundo”.

Eles têm a incrível capacidade de fazer comidas boas e misturar com coisas ruins.

Por exemplo, no prato Cerebro de Mar, dava pra sentir que o polvo estava macio e suculento. Mas ele veio boiando numa calda de alga verde, que comprometia todo o sabor.

Digo o mesmo do prato Aguas de Amazonía, que combina filé de pacu, folhas de coca e…MELANCIA.

Dentro das expectativas, ficou o prato de ouriço cru, pois eu já tinha visto fotos, e aquela espuma azul de algas não tinha como funcionar.

As sobremesas, itens 13 e 14 do menu, estavam ambas decentes. Inclusive, gostei bastante da primeira delas, que não me lembro o nome. Mas, de novo, não estavam à altura de uma conta de quase R$ 2 mil por pessoa.

Comi sobremesas muito melhores em TODOS os outros restaurantes que fui em Lima.

Paladar infantil ou desgosto por algas?

A essa altura, quem se considera mais tarimbado no mundo da alta gastronomia, já deve estar julgando meu paladar.

É verdade, eu não gosto de algas. Sobre esse assunto, posso dizer que tolero aquela alga preta que vem no ramen e no sushi. Eu sabia que teria algumas algas no Central, mas não imaginava que estariam presentes em quase todos os pratos, e que teriam o sabor tão acentuado.

Sobre ter paladar infantil, realmente não é o meu caso.

Minha expectativa era tão alta quanto o valor da conta. Como falei antes, pensava que fosse gostar muito de quase tudo, mas sair com fome e depois ir almoçar um ceviche.

Mas as combinações exóticas viraram uma guerra na minha barriga, e passei o resto do dia sem comer mais nada.

Foi triste pagar aquela conta.

Vale a pena fazer a degustação de vinhos no Central?

Meu amigo fez e gostou bastante.

Eu fiquei apenas acompanhando a sequência de taças extremamente finas que chegavam junto a cada rótulo, e as explicações da sommelier.

Me chamou atenção a origem pouco comum dos vinhos, como China e Austrália.

A única observação negativa que ele fez foi quanto à quantidade de vinho servida. Para uma harmonização que custou cerca de R$ 700, ele esperava que fossem um pouco menos muquiranas nas doses.

Não gostei do Central, mas adorei Lima

Recomendo muito que você também vá para Lima. A cidade é cinza, a praia não é apta para banhistas, mas tem muito mais o que fazer por lá.

Do passeio ao Centro Histórico, ao tour por destinos próximos como Paracas e Huacachina, essa região do Peru proporciona experiências inesquecíveis.

Uma delas, logicamente, é a gastronômica.

O tal do melhor restaurante do mundo decepcionou, mas comi muito bem em todos os outros lugares.

  • Meu ceviche preferido foi no Los Pescados Capitales, em Miraflores.
  • Até as cadeias de fast-food local são de qualidade, como o La Lucha e seus “sanguches”.

E praticamente todos os restaurantes de Lima servem a chicha, tradicional bebida peruana, criada pelo incas. É feita de milho roxo fermentado com cascas de abacaxi, maçã, cravo e canela, e é um suco perfeito para acompanhar os pratos típicos do país.

Confira aqui no blog quais são as comidas típicas do Peru e escolha o que você pretende provar na sua viagem.

Continue planejando sua viagem ao Peru

Além de Lima e Machu Picchu, recomendo muito que você conheça Puno, no sul do Peru, cidade às margens do Lago Titicaca.

Confira primeiramente onde se hospedar em Puno e entenda o que fazer de melhor na região onde estão atrações imperdíveis como as Islas Uros e a Isla Taquile.

Veja também nossas dicas de onde ficar em Lima, um guia completo com os melhores bairros e hotéis bem localizados.

Desejo a você uma excelente viagem!

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