Agência de viagem para ir ao Egito: precisa mesmo?

Quando comecei a planejar a viagem ao Egito, li na maioria dos blogs sobre a necessidade de contratar uma agência de viagem. Diziam que, ao comprar um pacote, estaríamos mais seguros, livre dos “perigos” do Egito.

O que não percebi, por total falta de transparência, foi que esses relatos eram patrocinados por agências e “influencers” de viagem para o Egito.

Aí eu comprei um pacote para o Egito.

Mesmo sendo, até então, sempre um viajante independente, caí na armadilha das facilidades e da suposta segurança oferecida pela agência de viagem.

Todo meu roteiro foi montado por uma agência de viagem especializada no Egito. O pacote incluía voos internos, hospedagem e alguns passeios. Passeios extras seriam cobrados à parte.

Dicas e minhas experiências com agências de viagem no Egito

Chegada ao Egito com a agência de viagem – Ponto positivo

Esse foi o único momento em que senti que a agência de viagem foi realmente importante.

Assim que desembarcamos no imenso Aeroporto do Cairo, um correspondente da agência estava com uma placa, à nossa espera. Antes da imigração.

Isso mesmo. O Egito é um país tão diferente, que um funcionário de agência de turismo pode acessar uma área que deveria ser restrita.

Entreguei para ele 25 dólares. Esse é o valor do visto. Pois é. Duas coisas bem estranhas. Um visto que deve ser comprado na chegada ao país, e o pagamento ser para uma pessoa que não é do governo.

O próprio funcionário da agência tirou um papel do bolso e colou no meu passaporte. Era o visto do Egito.

Junto a essa pessoa, passamos pelo fiscal da imigração, que não fez nenhuma pergunta e não carimbou o passaporte.

Fomos direcionados à van da agência de turismo, que nos levou ao hotel.

Além de não termos que responder nenhuma pergunta na imigração, chegar e já ter o transporte é muito confortável. Pra mim, essa foi a parte mais agradável de ter comprado um pacote.

Taxas extras cobradas pela agência no Egito – O primeiro sinal de alerta

Já no hotel, o funcionário da agência foi nos explicar sobre os passeios, o roteiro e outros detalhes.

Como combinado, ele nos vendeu um chip de celular para usar no Egito, por 20 dólares. Chip esse, que depois descobri não realizar ligações via Whatsapp, o que deveria ter sido avisado, mas não foi.

Também entregamos a ele 50 dólares, já combinados, que seria para o guia dar de gorjeta a prestadores de serviço do caminho, como garçons e fiscais de banheiro (sim, em todo banheiro do Egito tem alguém que toma conta e inclusive te entrega o papel para enxugar as mãos). Depois, já entendendo a lógica do Egito, imagino que dificilmente distribuíram isso tudo.

Nesse momento, ele também falou sobre o pagamento de uma gorjeta de 50 dólares para o próprio “guia egiptólogo” que nos acompanharia na viagem. Total surpresa.

Um pacote caro daqueles, e ainda teríamos que dar gorjeta? Aceitamos calados. E olha o mal entendido: informaram que deveríamos passar os 50 dólares para o guia no último dia de viagem, no traslado ao aeroporto. Mas fizeram uma troca de guia sem nos avisar, e ninguém deu gorjeta ao primeiro guia. O funcionário local da agência ficou mal humorado, perguntando se havia algum problema com o guia. Depois resolvemos, mas foi um momento tenso. Climão.

Passeios extras vendidos pela agência no Egito – Santa inocência

Ainda no hall do hotel, assim que chegamos lá, o funcionário da agência começou a fazer pressão pela compra dos passeios extras, que não estavam incluídos no pacote.

Confiando na agência, ó ingenuidade, não conferimos os valores dos passeios com outros fornecedores e agências, por exemplo a Civitatis e a Get Your Guide, que são internacionais, confiáveis e operam no Egito.

Alguns tours estavam na média de preços praticados por essas grandes agências internacionais. Mas em outros, a agência do pacote exagerou além da conta.

• Valores cobrados pela agência x Valores reais dos passeios extras

  • Pirâmide de Saqqara – 50 dólares x 52 dólares (aqui)
  • Vila Núbia – 55 dólares x 60 dólares (aqui)
  • Templos de Abu-Simbel – 140 dólares x 75 dólares (aqui)
  • Balão no Vale dos Reis em Luxor – 130 dólares x 80 dólares (aqui).

Cabe ainda dizer que essas agências multinacionais não são barateiras. Então, a nossa própria agência vender passeios mais caros ou por preços similares é muita falta de transparência.

• A realidade sobre esses passeios com a agência

Entre todos esses passeios extras, apenas o tour para a Pirâmide de Saqqara eu considerei realmente válido. Além de bom, foi vendido a um preço justo.

A Vila Núbia é uma grande cilada, um lugar pra turista ver e pagar para maltratar os jacarés e camelos.

Já o nosso passeio para Abu-Simbel foi só perrengue, por um valor absurdo.

O passeio de balão, que custou 130 dólares para nós e 80 dólares para quem comprou com outras agências, foi cancelado devido às condições climáticas, então não dá pra dizer se vale a pena.

Um outro passeio, já incluso no pacote foi para o Khan El Khalili Bazar, mercado de rua no Cairo. Uma espécie de 25 de Março, onde passamos umas 3 horas em vão. Poderia ter sido só uma “olhadinha” e tchau.

Restaurantes escolhidos pela agência no Egito – Só salvou um

Sabe aquela viagem de pacote anos 90, onde tudo é cilada pra turista? Foi assim em quase todos os restaurantes.

O primeiro restaurante que fomos com a excursão no Cairo, logo após o tour em Saqqara, é o mais turístico de todos. Servia supostamente os principais pratos típicos do Egito no esquema de rodízio. Quem gosta de comer bem, já sabe que rodízio e qualidade nunca andam juntos.

No outro dia, almoçamos no Koshari Abou Tarek, que me pareceu ser um restaurante bastante tradicional, no Centro do Cairo. Foi o único prato realmente bom que provei em 10 dias de Egito.

Em Luxor, pra fechar o pacote da indigestão, fomos num restaurante que não estava incluído, mas que provavelmente é parceiro da agência. Nos cobraram 10 dólares por um bufê que parecia estar ali parado há dias.

As comidas do Cruzeiro no Rio Nilo também eram estranhas e pareciam de má qualidade.

Guia nos passeios no Egito – Precisa sempre?

O nosso pacote incluía um guia de viagem “egiptólogo” em todos os passeios. Estivemos com dois guias, um no Cairo e outro entre Luxor e Assuã.

Ambos os guias muito simpáticos, falantes de português e realmente pareciam ter conhecimento sobre o Egito. Foi enriquecedor ter um guia para conversar e tirar dúvidas sobre a cultura, a religião e os passeios.

Mas, no templos, senti falta de ter maior liberdade. Os guias tomam boa parte do tempo com explicações sobre os formatos de desenhos e letras. É uma coisa de papiro em pé, papiro deitado, quem é o faraó, quem é o escravo, que todos ficaram saturados.

Os guias poderiam ter mais histórias e curiosidades pra contar além das explicações sobre as gravuras. Certamente o Egito Antigo era mais interessante.

Por isso, eu preferia ter feito alguns passeios sem o guia egiptólogo.

Dá pra viajar ao Egito sem agência de viagem?

Sim! Mas com algumas recomendações importantes.

A parte que pode ser mais complicada para um viajante independente, é a chegada ao Egito. Passar pela imigração já com o visto colado no passaporte, e ter uma van esperando para levar ao hotel, é realmente confortável.

Conversei com quem chegou ao Egito e precisou passar pela imigração por conta própria: precisaram responder várias perguntas para um fiscal intimidador e grosseiro. Entraram, mas com o ** na mão.

Fora isso, não achei o Egito perigoso, como muitos dizem. Claro, não sou mulher e não fui sozinho, então não posso falar sobre questões como assédio. Mas, sobre a tal insistência dos vendedores, basta dizer não e seguir andando. E segundo os guias, no Egito praticamente não existem roubos, especialmente em locais turísticos. O que pode haver são golpes, por exemplo de taxistas e vendedores de lojas.

Aliás, também disseram que Uber é mais seguro do que táxi. Dá pra usar o mesmo aplicativo e pagar no cartão. Apenas a comunicação que fica complicada, pois poucos motoristas falam inglês.

Contrate pelo menos o transporte do Aeroporto do Cairo para o hotel

Ir ao hotel por conta própria também pode ser estressante. Apesar de ter Uber no Egito, e funcionar bem nos passeios e no sentido Hotel-Aeroporto, o embarque em carro de aplicativo no aeroporto tem algumas regras, como em vários lugares do mundo. Mas, em árabe e com aquele medo de levar, golpe, pode ser complicado para alguns.

Por isso, se você for sem agência, eu recomendo que contrate pelo menos o transfer do aeroporto para o hotel. E de preferência incluindo o “resgate” antes de passar pela imigração.

Escolha bem seus hotéis e navios para o cruzeiro no Rio Nilo

Fiquei apenas em hotéis reservados pela agência de viagem. Não sei se é normal isso, mas os hotéis foram confirmados apenas nas vésperas das diárias. Mesmo assim, não decepcionaram: na ida, ficamos no Swiss Inn Pyramids, e na volta, no Radisson Blu.

Já o cruzeiro no Rio Nilo, também incluído no pacote, foi em parte decepcionante. O Nilo é bonito, as acomodações eram decentes, mas a comida do barco era péssima, assim como os horários dos passeios.

Além disso, o dono da agência de viagem, sempre que perguntado, dizia que o navio seria “MARAVILHOSO, MUITO LUXO”. Faltou transparência e sinceridade da parte dele.

Ao contratar uma agência, o mínimo que se espera é um pouco de verdade. Mas, ou eles não tem noção do que é bom, ou realmente só queriam vender, sem qualquer explicação mais profunda.

Gostei dos passeios que fiz sem a agência, usando Uber

Já o restante, é realmente tranquilo. Fiz alguns passeios por conta própria no Cairo, usando Uber, e foi bem tranquilo.

Visitei a Torre do Cairo sem a agência e foi o dia mais barato e proveitoso da viagem.

No nosso grupo de brasileiros, que estava no Egito com a mesma agência, alguns fizeram uma segunda visita às Pirâmides, indo de Uber, e disseram ter sido melhor do que o passeio do pacote.

E como falei no início, também dá pra contratar alguns tours com agência internacionais confiáveis, como Get Your Guide e Civitatis, que atuam com parceiros locais no Egito. Dessa forma, pode ser complicado apenas encontrar passeios guiados em português. Mas, se fala inglês ou espanhol básico, não será problema.

Para o voo de volta, também fui ao aeroporto de Uber. Não porque quis, mas porque fomos esquecidos pela agência no hotel. Pois é. Apesar da agência ter marcado de nos buscar às 7 horas no hotel, quando deu 7h30 ainda não tinha chegado ninguém. Então foi preciso chamar o Uber. Ainda bem que é confiável e barato.

Sobre essa “esquecida” no hotel, o dono da agência disse que iria averiguar o que aconteceu. E nunca mais respondeu.

Dica de agência de viagem para ir ao Egito

Se você leu tudo até aqui, pode imaginar que eu não indicaria a agência que contratei.

Mas, apesar dos pesares, como os passeios extras a preços absurdos, e de ter sido esquecido no último dia, a agência prestou corretamente os demais serviços. Todos gostaram dos guias escolhidos. E o roteiro, com a excessão de Abu-Simbel, foi bem montado.

A comunicação via Whatsapp funcionou bem, pelo menos até o último dia. E gostei de todos os hotéis escolhidos por eles.

Por ter muitos profissionais competentes, não vou queimar a agência aqui no blog, jogando o nome dela no ventilador. Caso queira saber qual foi essa agência e mais dicas para viajar ao Egito, fale comigo pelo email nivaldo@buenasdicas.com.

Assim você pode se prevenir de cair nas mesmas ciladas, mesmo se for com a mesma agência para o Egito.

Desejo a você uma viagem muito melhor do que a minha! O Egito é lindo, só precisa ser melhor cuidado.


Continue planejando sua viagem ao Egito

Além das dicas sobre agência de viagem e pacotes para o Egito, aqui no blog você também encontra:

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