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Abu Simbel: na minha opinião, o pior passeio do Egito

Para meu primeiro post sobre a viagem ao Egito, escolhi o pior passeio de todos: o tour para Abu-Simbel.

“Ah, mas Abu Simbel é lindo, eu vi no Instagram”.

É verdade, o templo é bonito. Mas é fotogênico demais. Há lugares mais bonitos e grandiosos no Egito, em locais bem mais acessíveis.

Já adianto que, na minha opinião, não vale a pena visitar Abu Simbel, e que isso em parte é culpa da agência de viagem.

Na minha experiência, retirar essa visita do seu roteiro é o primeiro passo para economizar tempo e dinheiro na viagem ao Egito.

Se quiser entender por que Abu Simbel é uma cilada, continue lendo. É o relato mais sincero sobre o Egito. Afinal, é um dos poucos que não é patrocinado ou “a convite” de alguma agência ou entidade de turismo.

Dicas e tour para Abu Simbel:

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O que é Abu Simbel

Não sou egiptólogo e não me lembro de todas as falas do guia. Então, vou resumir as palavras da Wikipedia:

Abu Simbel é uma localidade no sul do Egito, próxima à fronteira com o Sudão. Lá estão os Templos de Abu-Simbel, também conhecidos como Monumentos Núbios. Estão um ao lado do outro e são Patrimônio Mundial da Unesco.

  • Templo de Ramsés II, o Grande Templo, com estátuas de 21 metros de altura;
  • Templo de Nefertari, rainha egípcia e esposa preferida de Ramsés II.

Os templos foram construídos no reinado do faraó Ramsés II, e foram inaugurados em 1244 a.C, após 20 anos de obras.

Devido à construção da Represa Alta de Assuão, na década de 1960, o templo de Abu-Simbel precisou ser removido do local original, que seria alagado.

Como é o tour para Abu-Simbel

Existe um pequeno aeroporto em Abu-Simbel. Mas a maioria dos turistas chega lá de ônibus ou van, a partir de Assuã, cidade a 280 km do templo.

Muitos desses viajantes, como eu, tem como base seus respectivos navios que fazem o cruzeiro no Rio Nilo, entre Luxor e Assuã.

De Assuã até Abu-Simbel, de ônibus ou van, são cerca de 3h30 de viagem.

A jornada do meu grupo começou ainda de madrugada. Às 4 horas, muito antes do sol nascer no deserto, já estávamos todos apertados dentro da van, cada um em sua pequena e desconfortável poltrona pouco reclinável, batendo os joelhos nas costas do colega da frente.

O aperto dentro da van que eu fui.
O ônibus que eu queria ter ido.

Como os passeios são de alguma forma casados com o cruzeiro, o navio mandou uma mamita de café da manhã contendo itens como pepino e uma espécie de batata ruffles egípcia muito apimentada.

Preço do tour para Abu Simbel

  • Quanto a agência cobrou: 140 dólares (quer saber qual agência?)
  • Valor normal do passeio: 30 dólares (aqui)

Para ter essa opinião tão negativa, também preciso colocar na balança o valor que me cobraram pelo passeio: absurdos 140 dólares.

Pois é. Na ocasião, o equivalente a R$ 700 para uma visita de um dia. Por isso mesmo, minhas expectativas estavam altas. Esperava uma viagem confortável, seguida de uma visita ao mais fabuloso templo egípcio.

A van apertada já foi o primeiro indício de que aquilo estava muito errado.

Cilada da agência de viagem

Claro que achei o preço alto. Mas até o momento, eu tinha absoluta confiança na agência de viagem que realizou todo o nosso roteiro do “pacote” para o Egito.

Ninguém do grupo teve a curiosidade de comparar preços. Não imaginava que pregariam essa peça logo num grupo de brasileiros.

Mas, infelizmente, foi isso que aconteceu. Pagamos mais de 4 vezes o valor de mercado.

Um tour “normal” para Abu Simbel, com saída de Assuã, é vendido por menos de 30 dólares em agências online confiáveis, como o Get Your Guide.

Ps: o ingresso do templo é barato, apenas 260 Libras Egípcias, equivalente a R$ 40 hoje, e está incluído nos passeios. Mas mesmo os passeios mais em conta, são caros devido ao transporte e ao trabalho do guia.

Não vou dizer aqui o nome da agência de viagem que nos armou essa cilada, pois eles têm funcionários e parceiros competentes, e a viagem foi quase toda correta. Então prefiro não jogar no ventilador. Caso queira saber, para evitar ou se precaver, fale comigo pelo email nivaldo@buenasdicas.com.

Na estrada para Abu-Simbel

Ao cruzar Assuã, no período do Ramadã, me chamou a atenção a quantidade de homens dentro das mesquitas no meio da madrugada. Essa diferença cultural é sem dúvidas uma das coisas mais interessantes da viagem. Depois disso, nada mais para ver além de areia.

Por uma estrada de pista simples, em boas condições, cruzamos o deserto no sul do Egito.

Não me lembro de ter feito nenhuma curva. A estrada é reta. Tão reta que dá sono. Mas, devido ao desconforto na van apertada, não consegui nem cochilar. Pelo retrovisor, fiquei de olho no motorista. Ele sim estava numa poltrona boa o bastante para dormir. Tinha horas que os olhos dele pareciam encaminhar para o sono.

Fizemos uma única parada no caminho, numa espécie de lanchonete de estrada, com um banheiro decente.

Seguindo viagem, mais areia e montes de pedras empilhadas em forma de pirâmide. Segundo o guia, “surgiram assim naturalmente”, sem qualquer intervenção humana.

Na chegada ao templos, um grande estacionamento, onde estavam centenas de ônibus, de onde desciam milhares de chineses. Certamente viajaram que forma mais confortável.

Visita a Abu Simbel

Os templos de Abu-Simbel são realmente bonitos e grandiosos.

Ficam à beira de uma grande represa, onde reparei na presença de alguns navios.

Mas, segundo o guia, nosso navio não poderia chegar ali devido à barragem. Uma pena, pois teria sigo muito mais agradável visitar Abu-Simbel por vias aquáticas, como fez a Gal Gadot no filme Morte no Nilo.

O primeiro deles, o Grande Templo é impressionante nas fotos. Mas, pessoalmente, me pareceu uma coisa meio Disney. Principalmente quando ficamos sabendo que a colina é artificial.

Claro que isso se deve à remoção do templo de seu local original, devido à construção da represa. Mesmo que tenha um motivo para isso, o templo tem cara de parque temático e poderia estar dentro do Epcot Center.

Depois disso, comecei a reparar que muitas estátuas são “completadas” com cimento. Isso mesmo: eles pegaram partes encontradas dos monumentos e terminaram o serviço.

Acessibilidade em Abu Simbel

Diferente de muitos outros templos, complicados ou mesmo inviáveis para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida, Abu Simbel oferece opções para possibilitar uma maior acessibilidade, como carrinhos de golfe que circulam pelas áreas externas nos templos.

Dentro dos templos em Abu-Simbel

O interior dos templos impressionou ainda menos. Claro, se passaram milhares de anos, então obviamente há sinais do tempo. Embora sejam muito fotogênicos, o fator comparação é inevitável.

Afinal, uma viagem ao Egito é uma sequência de templos fabulosos, muitos deles melhor conservados. Dessa forma, Abu Simbel se torna menos relevante.

Claro que, se o templo fosse num país com menos história, ou menos locais colossais, seria imperdível. Só que, no Egito, se torna um pouco de mais do mesmo. E esse “mesmo” não impressiona tanto quanto Karnak e o Vale dos Reis, por exemplo.

Vândalos passaram por Abu-Simbel

Reparei em muitas paredes e esculturas vandalizadas no templo.

Desde o tempo das cruzadas, quando os católicos começaram a desenhar cruzes em muitos templos, o Egito tem sua história danificada por pessoas sem noção.

E infelizmente, devido à falta de educação das pessoas, num ambiente pouco controlado, é provável que surjam ainda mais marcas como essas. Em qualquer outro país, monumentos milenares como esses estariam cercados, quem sabe até atrás de vidraças.

Compras em Abu-Simbel

Assim como praticamente em todos os templos do Egito, pra sair de Abu Simbel é preciso atravessar um corredor de lojas. Alguns vendedores abordam, mas não achei eles tão insistentes como dizem.

Caso queira comprar uma lembrança do templo, ou uma camisa com o nome do Mohamed Salah, pode chegar e negociar.

Vale a pena visitar Abu Simbel?

Em condições similares ao passeio que eu fiz, não compensa não.

Como falei no início do texto, foi o pior passeio que fiz no Egito. O lugar é bonito. Por si só, não é uma cilada como a Vila Núbia, esse sim um lugar completamente desnecessário.

Mas ter enfrentado quase 8 horas de estrada no total, numa viagem desconfortável, por R$ 700, tornou a experiência um verdadeiro suplício.

Recomendo a visita apenas se confirmar ida e volta em transporte confortável, por um valor mais próximo da realidade. E, lógico, se tiver tempo sobrando no seu roteiro.

Por isso, tire todas as suas dúvidas com sua agência de turismo ou com o responsável pelo tour. Ou economize esse dinheiro para visitar algum outro lugar do mundo.

Boa viagem!

Continue planejando sua viagem ao Egito

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2 Comentários

  1. Roza Aurora Ramos Mezzomo disse:

    Muito interessante teu relato. Nós não visitamos esse local mas fomos ao Monte Sinai ; visitamos as pirâmides com um guia excelente. Tivemos nosso Cruzeiro no Nilo , com direito à dança do ventre e outras atrações . Muito feliz por ter feito essa viagem única com uma empresa honesta e maravilhosa

    1. Olá, Roza. Qual foi a agência que você contratou? Seria bom ter sua indicação aqui, para os próximos viajantes.